sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Resumo - História da África


Introdução




            A África tem sim uma história. A história da África é uma tomada de consciência e deve ser reescrita, pois até agora foi mascarada, desfigurada, mutilada pela ignorância e pelo interesse. Não se trata de construir uma história revanche, mas de ressuscitar as imagens perdidas ou esquecidas, de reconstruir o verdadeiro cenário. Trata-se de uma iniciativa científica. A história da África por ser pouco conhecida atiça a curiosidade humana. Milhares de pesquisadores vêm procurando resgatar a verdadeira matriz histórica da África, e para isso é preciso que essa verdade seja fundada e examinada sobre provas, para que um mito não seja substituído por outro. É necessário evitar a singularização excessiva e não alinhá-la demasiadamente as normas estrangeiras. Os métodos e as técnicas não podem ser iguais em toda parte da África.
              O manuseio das fontes é difícil, são elas: os documentos escritos, a arqueologia, e a tradição oral, apoiadas pela antropologia e a linguística. As fontes são raras e estão mal distribuídas no tempo e no espaço. A arqueologia já deu uma preciosa contribuição, com suas descobertas, principalmente quando não existe crônica oral ou material escrito. A tradição oral é um verdadeiro museu vivo do povo dito sem escrita, é a fonte histórica mais íntima, e melhor nutrida pela seiva da autenticidade. Porém é frágil para reconstruir os corredores obscuros do labirinto do tempo. É preciso peneirar criteriosamente o material da tradição oral e separa o verdadeiro do falso. A tradição oral é uma fonte integral, cuja metodologia já se encontra bem estabelecida e que confere a história da África uma notável originalidade. A história africana tem na linguística não apenas uma ciência auxiliar, mas uma disciplina autônoma que a conduz diretamente para o âmago do seu próprio objeto. Há muito a ser feito nesse campo, começando com a catalogação científica das línguas. A análise da linguística é importante para o historiador que deseja entender a dinâmica e o sentido da evolução. A linguística deve desvencilha-se do desprezo etnocêntrico que marcou  elaborada por Schlegel e Auguste, segundo a qual a família européia encontra-se no topo da evolução, e a língua do negro no topo mais baixo.
             O discurso etnológico tem sido discriminatório e político. Seu principal pressuposto era a evolução linear: a frente vai a europa, pioneira de toda civilização, e atrás os povos “primitivos”. O método etnológico baseado na entrevista individual desemboca em conclusões objetivas muito frágeis. A antropologia deve criticar seu próprio procedimento, insistir tanto nas normas quanto nas práticas, não confundir as relações sociais, decifráveis pela experiência, e as estruturas que a sustentam.
              Quatro grandes princípios devem ser observados para se levar a frente a historiografia da África. A interdisciplinaridade, cuja importância é tal que constitui por si só uma fonte específica. Para os africanos o tempo é baseado no princípio da casualidade, em que o contágio do mito impregna e deforma o processo lógico. O tempo não é estático e é concebido como social. A contagem da estação do ano é, às vezes, baseada na observação astronômica. A história da África deve ser vista do interior , a partir do polo africano, e não medida por padrões e valores estrangeiros. Os excessos racistas da antropologia física devem ser rejeitados.



Capítulo 1

A evolução da historiografia da África



            Os primeiros trabalhos sobre a história da África são tão antigos quanto o início da história da escrita. Os historiadores do mundo antigo tomaram como quadro de referência a parte conhecida da África. Heródoto, Plínio, Manetão e outros historiadores referem informações raras e esporádicas. A autenticidade de alguns desses relatos é discutível. Entre os primeiros historiadores da África Ibn khaldun é muito importante; ele concebeu uma filosofia da história e não atribuiu o mesmo valor a todo fragmento de informação encontrado.
             No século XV os europeus entraram em contato com a costa da África, esse fato desencadeou obras que são de grande importância para os historiadores modernos. A partir do século XVIII, parece que a África tropical recebeu dos historiadores europeus a atenção que merecia, de maneira que as histórias universais da época consagrava um número apreciável de páginas à África, um exemplo disso foi o The universal History, publicado na Inglaterra em 1736 e 1765. A principal tendência da cultura européia era de considerar as culturas não européias como sem história, principalmente a África. Hegel dizia que a África não era um continente histórico e que por isso não merecia ser estudado. A opinião de hegel foi aceita pela ortodoxia histórica do século XIX. As considerações de hegel foram reforçadas por Darwin, o resultado foi o surgimento da antropologia que era um método não histórico de avaliar as culturas dos povos “primitivos. Richard burton foi um dos fundadores da London Antropological societ, sua carreira marca o fim da exploração científica e cultural da África iniciada por James Bruce.
             Com o passar do tempo a história colonial se fez aceitar. Os antropólogos demonstram o valor das pesquisas de campo, que ajudará na história da África. Seligman Frobenius foram os mais importantes. Johnton e Delafosse trouxeram grandes contribuição na linguística africana. Cresce os interesse dos europeus pela história da África. Alguns africanos deixaram por escrito a história de seu povo , dois, autores importante foram Reindof e Samuel Johnson. Surge em Uganda uma importante escola de historiadores locais. A sociedade africana de cultura empenha-se por uma história da África descolonizadora. Em 1948 a Grãn –Bretanha, França e Bélgica desenvolvem universidades em territórios africanos de seu domínio. A multiplicação de universidades foi muito significativo para a história africana. As universidades criam departamentos de histórias, e profissionais são formados. A partir de 1948, a historiografia da África vai se assemelhando à de qualquer outra parte do mundo. O estudo da história da África constitui hoje uma atividade bem estabelecida, a cargo de profissionais de alto nível. Em 1966, a UNESCO lançou a idéia de elaboração de uma história geral da África, esse projeto foi executado em 1969.       
   




Capítulo 2
O lugar da história na sociedade africana


             O tempo africano é às vezes um tempo mítico social, mas também os africanos têm consciência de serem os agentes de sua própria história. O mito domina o pensamento africano na sua concepção do desenrolar da vida dos povos. O mito governava e justificava a história. O mito apresenta intemporalidade e dimensão essencialmente social. O tempo africano engloba e integra eternidade, as gerações passadas não estão perdidas para o presente, através do culto o passado está ligado ao presente. O tempo era um atributo da soberania dos líderes. A morte do rei era uma ruptura do tempo e paralisava toda expressão de vida, apenas um advento de novo rei recria o tempo social.    
              Durante algum século o homem africano por imposições exteriores e alienantes não desenvolveram uma consciência responsável de ser agentes de sua própria história. No entanto o sentimento da alto regulação da comunidade, da autonomia, era vivo e poderoso. Os chefes e as mulheres ocupam na consciência histórica africana uma posição sem duvida mais importante que em qualquer outro lugar. O caráter social da concepção africana da história lhe dá uma dimensão histórica incontestável. O tempo africano apesar de muito ligado ao passado é um tempo dinâmico. A concepção africana do tempo é modificada pela entrada desse continente no universo do lucro e da acumulação monetária, descobrem que o dinheiro faz a história.



Capítulo 3

Tendências recentes das pesquisas históricas africana e contribuição à história em geral.


                 A história da África revelou-se nos últimos decênios um elemento essencial do desenvolvimento africano. O simples advento da história africana já constitui em si uma preciosa contribuição. Rejeitando as tendências eurocêntricas os historiadores da África na própria África e fora dela assumiu particular importância, provavelmente pelo fato de a história da África ter sido negligenciada e porque os mitos racistas a desfigura. Os historiadores africano praticam uma história descolonizadas, livrando-se do racismo pseudo científico. A independência em relação aos arquivos cuja documentação é rara é necessário, pois os arquivos da história colonial africana foram criados e alimentados por estrangeiros.
                  É possível que em relação as técnicas recentes os historiadores africanos estejam atrasados, porém, quanto a utilização das tradições orais da época pré-colonial eles fazem um trabalho pioneiro. Graças aos seus trabalhos da época pré-colonial os historiadores africanos já influenciaram outras ciências socais, tal influência se faz sentir em diversos planos. Os estudos das religiões africanas modificou-se sob as recente pesquisas históricas. Mais o momento crucial é aquele em que progride em outros continentes o estudo da história africana, principalmente na europa e Estados Unidos.


         
                 



Nenhum comentário: